Recomendações Iniciais
No entanto, a realização desse sonho depende de prévia aprovação em concurso público.
A conquista de um cargo público efetivo é o sonho de milhões de brasileiros, expressando o desejo coletivo por estabilidade financeira e segurança profissional garantidas pelas funções governamentais.
A preparação para um concurso é intensa e exige dedicação completa, muitas vezes em jornadas de estudo que ultrapassam várias horas por dia, por meses ou até anos.
Para muitos, o caminho até a aprovação é marcado por sacrifícios pessoais e desafios constantes, porém, o resultado positivo tem o potencial de mudar vidas, justificando assim o esforço e a persistência na busca desse objetivo tão valorizado na sociedade brasileira.
Mas a jornada do concurseiro é cheia de altos e baixos.
No caminho da aprovação, os candidatos são frequentemente surpreendidos com a frustração de serem avaliados com notas injustas, inferiores ao seu real desempenho na prova.
Após meses de preparação meticulosa e de sacrifício, ver o resultado que não reflete o esforço investido pode ser desalentador.
Essa sensação é agravada pelo sistema de avaliação, muitas vezes confuso e impessoal, deixando candidatos à mercê de critérios arbitrários ou excessivamente rigorosos.
Esses momentos de desapontamento podem abalar a confiança e o ânimo, transformando o que já é um processo desafiador em uma prova ainda mais penosa de resiliência e perseverança.
Essas situações ocorrem com mais frequência em provas discursivas, onde a subjetividade ganha maiores contornos.
Por isso, é importante entender uma coisa a respeito do mundo dos concursos públicos: a fase de recursos é uma etapa do concurso! Ela não está ali no edital só por um capricho.
Alguns décimos a mais na nota, obtidos na fase de recurso da prova discursiva, podem ser cruciais para a aprovação e a classificação no concurso.
Às vezes, uma singela elevação da nota é o suficiente para colocar o candidato dentro das vagas previstas no edital.
Como sabemos, a aprovação dentro do número de vagas gera direito subjetivo à nomeação. Isso faz uma grande diferença do ponto de vista prático e jurídico.
De um modo geral, os concursos realizados no país reúnem milhares de inscritos. Portanto, diante de quantitativos tão expressivos de provas discursivas a serem examinadas, é impossível que não ocorram erros ou injustiças nas correções das provas.
O ser humano é falível, e o examinador é um ser humano como qualquer outro.
Embora não exista uma fórmula mágica e infalível para a interposição de recursos administrativos em provas discursivas de concursos públicos, algumas estratégias de abordagem têm se mostrado eficazes com base em experiências bem-sucedidas de pedidos de revisão de notas.
Recorrer em provas discursivas exige atenção aos detalhes e uma argumentação bem fundamentada.
Com uma leitura criteriosa do seu desempenho e com as cinco dicas a seguir, você será capaz de aumentar as chances de sucesso no seu pedido de revisão de nota.
Confira as seguintes dicas sobre como elaborar um recurso em provas discursivas:
Primeira dica: Exercite o poder da objetividade
Seja objetivo na formulação do seu recurso.
Ser objetivo não significa ser simplório. Ser objetivo significa dizer o necessário, e somente o necessário, para demonstrar para o examinador que você tem razão quanto às suas alegações.
Coloque-se no lugar do examinador. Ele terá de analisar uma quantidade enorme de recursos e, certamente, não reagirá bem diante de um recurso extenso, prolixo, cheio de rodeios.
Segunda dica: Não ensine o padre a rezar a missa
Textos com tom professoral não são bem recebidos pelos examinadores.
Ainda que você tenha absoluta certeza de que domina muito mais o assunto do que o examinador que corrigiu a sua prova, não esqueça que a sua condição, no momento, é a de candidato.
Por isso, escolha bem as palavras. Isso não quer dizer que você esteja sendo subserviente.
Na verdade, esse é um exercício de humildade.
Terceira dica: Navegar é preciso, recorrer também
Aponte com exatidão onde se encontra o trecho que demonstra o acerto da sua resposta.
Indique o número da linha; informe se o trecho está no início, no meio ou no final do parágrafo; mencione o trecho entre aspas; enfim, seja o mais preciso possível.
O apontamento do acerto deve ter uma precisão tal que o examinador leve poucos segundos para identificá-lo no seu texto.
Lembre-se do que mencionei acima: o volume de recursos que cada examinador terá de analisar é enorme.
Portanto, facilite a vida do examinador, para que ele também possa “facilitar” a sua.
Quarta dica: Seja honesto consigo mesmo e atribua valor à sua resposta
A consciência aqui é fundamental, e os critérios de proporcionalidade e razoabilidade podem ser fortes aliados.
Se o examinador lhe deu uma nota menor do que a que você se sente merecedor, sinalize para ele qual deveria ter sido a nota mais adequada, porém, sempre deixando alguma margem de discricionariedade para o examinador (ele pode querer lhe dar uma nota maior do que a que você pediu!).
Se o examinador lhe atribuiu nota 2, mas você entende que merece nota 3, peça a majoração da sua nota para, pelo menos, 3 pontos.
Agora, se você entende que merece nota máxima, peça para que o examinador atribua à sua resposta nota máxima ou próxima da máxima.
Se você respondeu corretamente à maior parte da questão, mas sua nota correspondeu à metade da nota máxima, lance mão dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade para pedir a elevação da sua nota.
Se você recebeu nota zero, mas desenvolveu minimamente alguma resposta, argumente que o zero lhe iguala àqueles que entregaram a prova em branco.
Seja honesto com o examinador e consigo mesmo.
Quinta dica: Seja respeitoso com o examinador
Demonstrar deferência ao examinador nunca é demais.
Portanto, inicie, desenvolva e encerre o seu recurso de maneira respeitosa.
A título de exemplo, não há nada demais em fechar o recurso com uma frase do tipo: “Ante o exposto, respeitosamente, peço a essa Banca Examinadora o deferimento do meu pedido de revisão de nota, conforme as razões expostas acima”.
Conclusão
Não abra mão do direito de melhorar a sua nota, pois cada ponto pode ser decisivo!
